quarta-feira, dezembro 26, 2007

BTT - MÊCANICA - REVISÃO TRAVÕES DE DISCO

Se Dissermos à maioria dos utilizadores de travões de disco que podem fazer-lhes facilmente uma revisão em casa o mais provável é que comecem a duvidar das suas capacidades auditivas, já para não falar das nossas capacidades mentais.O facto é que os sistemas hidráulicos deste tipo de travões são hoje em dia fáceis de afinar e manter, até mesmo para os menos habilitados para a área da mecânica.
Para demonstrar a facilidade deste processo vamos utilizar uns travões XT da Shimano. Os XT funcionam num sistema de circuito aberto como a maioria dos sistemas actuais e portanto os princípios seguidos na sua revisão serão os mesmos para travões do mesmo tipo. Estamos a falar de uma revisão e não de uma reparação, portanto, vamos limitar-nos à troca do óleo, ao sangramento do circuito e à troca das pastilhas usadas por novas, processo que pode ser efectuado sem sequer retirar os
travões da bicicleta. Trocar o óleo existente no circuito do travão deve ser a primeira operação a realizar, pois a haver alguma fuga de óleo vai contaminar
apenas as pastilhas usadas o que não é grave pois vão ser substituídas posteriormente, já contaminar as pastilhas novas seria mais grave (e muito estúpido) se a revisão tem como objectivo melhorar o desempenho dos travões. Mudar o óleo e sangrar o circuito. Vamos começar por fixar; ou encostar, a bicicleta de modo a que não se mova acidentalmente. O passo seguinte é colocar a manete do travão de
modo a que a tampa do reservatório fique na horizontal. Com uma chave Philips (sim, a chave de estrela...) desapertam-se os dois parafusos que seguram a tampa do reservatório e a membrana (decorem a sua posição) que está por debaixo dela.
Nesta altura é importante: não perder nenhum dos parafusos que são minúsculos e ter sempre à mão um pano pois, dada a posição das manetes, o óleo que cair do reservatório pode acabar em cima do disco dianteiro e contaminá-lo .
O óleo está agora a descoberto no depósito e é altura de colocar o kit de sangramento da Shimano com a mangueira em cima do depósito, apertando o gatilho de modo a que o tubo fique por cima do depósito e o conjunto manete/depósito fique estanque.
Agora vamos concentrar as nossas atenções nas pinças do travão (a
parte onde estão os êmbolos que apertam o disco). Ao lado do tubo
hidráulico existe um pequeno parafuso de purga com uma tampa de
borracha que vamos destapar. Agora há que encher a seringa com óleo mineral (Lê-se MI-NE-RAL, 0K!
Porque se usar outro óleo, o mais provável é não precisar da revisão, mas sim de travões novos) e colocar o tubo da seringa (retirando o ar do tubo antes) no bocal do parafuso de purga que está preparado para o efeito. Com uma chave sextavada exterior (chave de bocas) desapertase com cuidado o parafuso de purga (só o suficiente para deixar passar o óleo) e começa-se a apertar o êmbolo da seringa para que o óleo suba das pinças até à manete.
Ter bastante óleo na seringa é conveniente para que todo o óleo seja
mudado de uma vez e não deixar entrar novas bolhas no circuito pelo
lado da seringa são dois cuidados a ter nesta fase. Quando o óleo correr sem bolhas para dentro do depósito do kit de sangramento junto ao guiador isso significa que não existem mais bolhas de ar no circuito e pode parar de injectar óleo para dentro do circuito, O parafuso de purga é agora re-apertado (sem exageros, claro) e posteriormente retira-se o tubo do bocal do parafuso de purga puxando ao mesmo tempo o êmbolo da seringa para que não pingue óleo. Para acabar esta fase basta limpar
o dito parafuso e voltar a cobri-lo com a tampa.
Voltando à manete, é agora tempo de ser retirado o kit (sempre com um pano por perto, porque o óleo tem de estar ao nível do topo da tampa e vai sempre verter).
Se for necessário, coloque mais algum óleo no reservatório do travão para que fique a cera de 1 \2mm do topo. Agora falta o mais fácil:
colocar no lugar a membrana (na mesma posição em que saiu) e a tampa. É necessário ter o pano por perto, pois vai sair óleo quando a membrana e a tampa estiverem no lugar (se não sair, é porque não havia óleo suficiente no reservatório) e os parafusos forem apertados.
0 óleo foi mudado e o circuito sangrado custou muito? E bem mais fácil (e rápido) fazer do que ler, não é?!
TROCAR PASTILHAS (CALÇOS)
Mudar pastilhas é quase brincadeira de putos da primária! Começa-se por desapertar as pinças do apoio e retira-se a cavilha de segurança que está na ponta do parafuso que segura as pastilhas.
Com uma chave AIlen (chave sextavada interior) retira-se o parafuso.
Depois faz-se o mesmo às pastilhas usadas e à mola de retorno.Com um desengordurante para travões de disco (álcool também serve) limpa-se o disco e a zona onde se encontram os êmbolos). O kit de revisão da Shimano traz duas pastilhas e uma mola que vamos colocar no lugar das que retirámos, tendo cuidado para que a mola fique no
lugar. Voltar a colocar o parafuso que segura as pastilhas e na sua ponta, a cavilha de segurança. Para terminar, apertam-se novamente as pinças no quadro (sem dar cabo das roscas).

1 comentário:

André Caravana disse...

Muito util....obrigado pela partilha